Numa organização conjunta da Câmara Municipal de Penacova, da Direção-Geral do Património Cultural/Mosteiro de Alcobaça, da Direção-Geral do Livro, dos Arquivos, do Departamento de História, Estudos Europeus, Arqueologia e Artes e da Associação Pró-Defesa do Mosteiro de Lorvão, teve lugar no Mosteiro de Lorvão, o Colóquio comemorativo do 2º aniversário da inscrição dos manuscritos “Apocalipse de Lorvão” e “Comentário ao Apocalipse do Beato de Liébana” do Mosteiro de Alcobaça, no Registo de Memória do Mundo pela UNESCO, no âmbito da candidatura ibérica “Os Manuscritos do Comentário ao Apocalipse (Beato de Liébana) na tradição ibérica”.
O Colóquio contou com a colaboração do Instituto de Estudos Medievais da Universidade Nova de Lisboa e teve nas palavras de João Azadinho, Vice-Presidente do Município de Penacova, como principal objetivo dar a conhecer a excelência deste Património arquivístico, realçando o elevado espírito de cooperação ibérica, que presidiu à construção desta candidatura e que determinou o seu sucesso em outubro de 2015. Candidatura essa considerada um exemplo de boas práticas no seio da UNESCO.
As comunicações apresentadas versaram sobre o Mosteiro de Lorvão, abordando as representações digitais dos documentos produzidos no Mosteiro de Lorvão, a partir do Arquivo Nacional Torre do Tombo; os livros e a vida litúrgica em tempos medievais; a materialidade dos códices aí produzidos; os modos de escrever e a chegada de grafias da Europa, no século XII, nomeadamente a introdução da escrita carolina e uma abordagem ao Apocalipse de Lorvão e os beatos peninsulares. De referir que de acordo com Peter K. Klein é o códice mais completo dos manuscritos que pertencem à mais antiga tradição pictórica do Beatus.
Os vários palestrantes foram apresentando algumas sugestões para Lorvão, das quais se destacam a proposta para a inscrição do Mosteiro de Lorvão como património da humanidade e o aproveitamento da centralidade de Lorvão.