Os Municípios de Penacova e Praia da Vitória assinaram este fim-de-semana o Protocolo de Geminação, precisamente no ano em que se comemora 120 anos do nascimento da figura central que uniu os dois concelhos, Vitorino Nemésio.
A ligação a Vitorino Nemésio (1901-1978) é o primeiro elemento de unidade entre os dois municípios, o escritor nasceu na cidade da Praia da Vitória, mas foi em Penacova que se dedicou a uma das suas paixões, a molinologia. Poeta, romancista, ensaísta, professor e um comunicador exímio, Vitorino Nemésio teve uma presença assídua na RTP nos anos 70. Foi também Presidente da Associação Portuguesa dos Amigos dos Moinhos e um “incansável moleiro das palavras” no dizer de David Mourão Ferreira.
Os autarcas praiense e penacovense defendem que o nascimento e o trabalho feito por Vitorino Nemésio são tão importantes para a Praia da Vitória, como para Penacova, pelo que justificam a geminação entre os dois territórios, que terá sobretudo uma vertente cultural, mas não só, existindo de ambas as partes a intenção de abrir esta parceria a outras áreas.
Na cidade de Praia da Vitória é notória a presença das raízes do escritor através do património cultural existente: Casa Vitorino Nemésio – Casa onde nasceu o escritor e que foi transformada em espaço museológico interpretativo e de estudo da sua vida e obra em 2007; Casa das Tias de Vitorino Nemésio – Casa onde passou parte da infância e juventude, funcionando hoje neste espaço a biblioteca pública Silvestre Ribeiro; Busto de Vitorino Nemésio – inaugurado em 1994 por ocasião do 50º aniversário da publicação do romance Mau Tempo no Canal.
Já no concelho de Penacova, Vitorino Nemésio representa uma incontornável referência cultural, dando nome ao Museu reaberto ao público no dia 25 de fevereiro de 2016, o Museu do Moinho Vitorino Nemésio, criado com o propósito de contribuir para a preservação da história dos moinhos de vento e de água e a memória dos seus moleiros. O nome é uma homenagem do município a Vitorino Nemésio, proprietário de três moinhos no concelho de Penacova, cujo património natural lhe serviu muitas vezes de inspiração:
"É preciso chegar às abertas e miradouros para achar a razão de ser da fama de Penacova que é o seu admirável panorama de água, pinho e penedia."
(Vitorino Nemésio)