Vítor Manuel Lopes Matias, de seu nome completo, nasceu a 15 de Outubro de 1938, no Porto da Raiva, Penacova. Como não havia ensino na aldeia, ao atingir a idade escolar vai viver com os avós para Caxarias. A contínua necessidade de evoluir nos estudos fez com que, juntamente com o seu irmão, passasse pelo internato em vários colégios particulares, nomeadamente em Santa Comba Dão e Tomar.
Os primeiros passos no desenho e pintura ocorrem nesta fase, muito graças ao incentivo do arquiteto Mota Lima. Volta a Coimbra para prosseguir os estudos, mas decididamente é a pintura que será o centro do seu interesse a partir daí. Em Coimbra, teve como mestre José Contente, e trabalhou alguns anos com Carlos Ramos.
Dono de um vasto currículo no percurso das artes, destaca-se o facto de ter sido um dos fundadores do Círculo de Artes Plásticas, e, também membro fundador do Movimento Artístico de Coimbra. Frequentou o curso de ART – TEC do Ministério da Educação de Espanha e o curso de Aguarela e Óleo em Aix-En-Provence, França, contando com várias exposições, individuais ou coletivas, tanto em Portugal como em Espanha, E.U.A e França.
As recordações indeléveis da sua infância na sua terra natal (Porto da Raiva), ou o ambiente de aldeia, dos pinhais, das vivências e brincadeiras à beira do Mondego projetaram neste artista, de cariz naturalista, sempre uma necessidade de entre o muito espólio que nos deixa, contemplar na sua obra algumas das paisagens mais icónicas de Penacova, como a beira-rio, as aldeias, o Mosteiro de Lorvão ou os moinhos. Pelo seu percurso no panorama artístico nacional, e pela graciosidade com que retratou estes recantos locais foi agraciado com a Medalha de Mérito Cultural do Município de Penacova em 1993.