Miradouros

Em termos paisagísticos, Penacova está inserida numa área de rara beleza, com montanhas de média altitude, grande biodiversidade, vales correspondentes aos rios Mondego e Alva, proporcionando um panorama deslumbrante ao longo do Vale do Mondego, desde o Porto da Raiva até à Foz do Caneiro.

Nos primórdios do Turismo português (finais do séc. XIX – início do séc. XX), a Vila de Penacova, pela sua magnífica disposição geográfica, foi merecedora de intervenções urbanísticas patrocinadas pela Sociedade de Propaganda de Portugal, que tinha como um dos seus fins a criação de itinerários, guias e cartas-roteiros de Portugal, contribuindo para o seu desenvolvimento turístico, destacando-se o facto de em 1913, para além da sede, em Lisboa, existirem três delegações: Portimão, Bairrada e Penacova.

De facto, as marcas dos primórdios do Turismo português são expoentes da paisagem penacovense. Encontramo-las no Mirante Emydgio da Silva ou Emídio da Silva, na Pérgola Raúl Lino e no Penedo do Castro.

Construído no início do séc. XX, por iniciativa do político do mesmo nome, o Mirante Emydgio da Silva, localizado junto ao antigo Preventório é um projeto, da autoria do arquiteto veneziano Nicolau Bigaglia. Inaugurado a 31 de maio de 1908, o Mirante assemelha-se a um pagode oriental construído na proa mais avançada da escarpa. Vitorino Nemésio haveria de escrever, mais tarde, que dali parecia estar “ a ver a catedral do púlpito” e, de facto, dali, junto do que outrora havia sido o Castelo e a Capela de Nossa Senhora da Guia, e sob as colunas de pedra originárias do Mosteiro de Lorvão, a paisagem sobre o Mondego, avassala-nos, de tão magnífica.

                                      

No centro da Vila, junto ao edifício da Câmara Municipal, a Pérgola Raúl Lino foi traçada pelo arquiteto que lhe deu nome. Mandada construir pela Sociedade Propaganda de Portugal, foi oferecida ao Povo de Penacova em 1918 e, desde então, todos quantos a visitam, desfrutam de uma agradável varanda coberta por velhas cepas de glicínias que permite avistar o rio, para jusante, até à curva da Rebordosa.

                                        

Localizado na parte alta da vila, do lado oeste, o Penedo do Castro, surpreende pela imponência da parede quartzítica propícia à prática de escalada e rappel. O nome Penedo do Castro foi-lhe atribuído em 30 de maio de 1908, em homenagem ao escritor Augusto Mendes Simões Castro, um dos mais antigos propagandistas da região. Este local está assinalado com uma lápide desenhada por Raúl Lino, oferecendo uma das mais impressionantes vistas panorâmicas de Penacova, pela sensação de vastidão que se tem da vila e do seu espaço envolvente sobre o Vale do Mondego.